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Para ir além de cursos para programadores, Alura compra a edtech PM3

Por Portal Exame em 18.032021 - 

A plataforma de cursos online para desenvolvedores viu uma oportunidade de entrar no mercado de gestão de produtos. O valor da transação não foi divulgado



A escola de cursos online Alura, conhecida pelas formações na área de programação, acaba de anunciar a compra de participação relevante na edtech PM3, especializada na formação de profissionais da área de gestão de produtos digitais. O valor da transação não foi divulgado pelas empresas.

Para a Alura, fundada em 2013 pelos irmãos Paulo e Guilherme Silveira, a aquisição da startup é uma forma de complementar seu portfólio de produtos. Hoje, ela oferece mais de 1.200 cursos para a formação de desenvolvedores. Com a pandemia impulsionando o mercado de tecnologia, a empresa vê oportunidades de crescer ajudando outros profissionais que também trabalham com software, como os gerentes de produto, designers e cientistas de dados. 

Nesse sentido, a PM3 é um complemento perfeito. Fundada há três anos por Marcell Almeida, Bruno Coutinho e Dan Printes, a empresa ajudou a construir no mercado brasileiro uma cultura de gestão de produtos digitais. Os sócios, que trabalharam como gerentes de produtos em companhias como Nubank e OLX, desenvolveram os cursos para ajudar novos entrantes no mercado de tecnologia a partir das necessidades que enfrentaram enquanto profissionais.

“Nosso conteúdo é aprofundado e se diferencia por trazer cases brasileiros de empresas como Nubank, Loggi e Conta Azul. Até então, tudo que existia no mercado eram cursos focados nas estratégias das empresas do Vale do Silício, que são muito diferentes da nossa realidade”, diz Marcell Almeida.

A edtech oferece 110 horas de conteúdo divididas em três cursos (Product Management, Product Discovery e Product Growth). Desde sua fundação, em 2018, a empresa já formou mais de 4.000 alunos. Só no ano passado, a operação cresceu 240% e terminou o ano com cerca de 3 milhões de reais de faturamento. Agora, com a entrada da Alura no negócio, a PM3 espera chegar ao final de 2021 com receita de 11 milhões de reais e um time de 12 pessoas.

Apesar da complementaridade dos cursos, as marcas decidiram seguir separadas, até para manter as suas comunidades de ex-alunos ativas, mas vão aproveitar as sinergias dos negócios para ampliar a oferta de cursos e chegar a mais estudantes. “Queremos ser a ponte que conecta e forma o mercado de tecnologia, startups e inovação no país”, diz Paulo Silveira, presidente do Grupo Alura.

A expansão da Alura

Silveira afirma que, depois dessa primeira aquisição, a estratégia de fusões e aquisições da Alura será cuidadosa. O plano não é comprar dezenas de empresas para ganhar market share mais rapidamente. “Estamos buscando comunidades de pessoas apaixonadas por tecnologia e pela nova economia. Se algum dia encontrarmos outra empresa que atue com skilling ou reskilling em áreas que fazem sentido para gente, vamos considerar outras aquisições”, diz o executivo.

No ano passado, a escola de cursos faturou sozinha 73 milhões, em um ano desafiador para o negócio. Com a pandemia, a empresa se viu impedida de continuar com as aulas presenciais nas unidades de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Em uma semana, ela precisou adaptar os cursos síncronos para o universo digital. Segundo Silveira, o negócio teve um pequeno declínio na receita em março e abril, mas logo voltou ao patamar anterior de faturamento. No ano, enquanto as matrículas nos cursos presenciais caíram 50%, a plataforma de cursos online assíncronos cresceu 60% e chegou a marca de 75.000 alunos ativos.

Agora, com apoio dos investidores institucionais, como o fundo Crescera Capital e o australiano Seek, a escola está aproveitando o bom momento do mercado de tecnologia para crescer e projeta faturar, com a PM3, 100 milhões de reais em 2021. Além disso, a companhia trabalha na tradução dos seus cursos para espanhol para poder levar sua plataforma para outros países da América Latina ainda neste ano.

timing não poderia ser melhor. Segundo um relatório da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, o déficit de profissionais na área de tecnologia pode chegar a 260.000 pessoas até 2024 no Brasil. Essa escassez, associada a uma maior digitalização da economia, levou as empresas que atuam no segmento a correr para conquistar os bons profissionais. Dados da consultoria em recursos humanos Revelo mostram que os salários oferecidos aos profissionais de tecnologia dispararam cerca de 20% em 2020, em média.

 

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